A vitamina D é uma vitamina única entre os seus pares, pois funciona como hormona e pode ser sintetizada a partir da exposição à luz solar, sendo uma parte (muito pequena) proveniente ainda de fontes alimentares.
A vitamina D tem duas formas químicas: a vitamina D2, encontrada em cogumelos e leveduras expostos ao sol; e a vitamina D3, obtida da irradiação ultravioleta do percursor do colesterol (7-dihidrocolesterol), naturalmente presente na pele de animais, sendo sintetizada na pele e encontrada naturalmente nos peixes gordos. A síntese de vitamina D através da pele é bastante variável, dependendo da pigmentação (menores níveis de síntese quanto maior a pigmentação da pele), latitude, estação do ano, vestuário, idade (a capacidade de síntese diminui com o envelhecimento), uso de protetor solar e condições meteorológicas locais, bem como fatores hormonais, genéticos e nutricionais (ex: IMC – indivíduos com excesso de peso têm maiores necessidades em vitamina D).
A vitamina D possui atividade em vários tecidos e células, que podem justificar os muitos dos benefícios na saúde desta vitamina, nomeadamente:
Estimula a absorção intestinal do cálcio e fósforo, regulando o metabolismo destes minerais, promovendo o crescimento e manutenção óssea. Atua também a nível renal, ao impedir a eliminação renal do cálcio;
Estimula a produção de insulina e melhora a sensibilidade a esta, desempenhando um papel preventivo na Obesidade e Diabetes;
Reforça o Sistema imunitário, permitindo atuar na prevenção de vários tipos de cancro e de várias doenças autoimunes (como Lúpus, Artrite Reumatoide, Doença Inflamatória Intestinal,…);
Ajuda a reduzir o risco de Enfarte, de Doença Coronária e de Insuficiência Cardíaca;
Promove uma resposta saudável às Inflamações.
A insuficiência/deficiência de vitamina D é um problema de saúde pública à escala mundial, pelo que a sua suplementação deve ser considerada em grupos de risco, como idosos, indivíduos hospitalizados, mulheres pós-menopausa e grávidas. A constante associação entre o défice de vitamina D e várias patologias têm proposto a necessidade de atualizar as doses diárias de vitamina D recomendadas.
As fontes alimentares de vitamina D são escassas (respondem apenas a 15% a 20% das necessidades), uma vez que apenas existe em quantidades significativas num número limitado de alimentos, como peixe gordo (sardinha, truta, goraz, corvina, salmão, atum, cavala e arenque), gema de ovo, óleo de fígado de bacalhau e cogumelos secos ao sol. Esta escassez motivou a fortificação de alimentos com vitamina D, como leite, queijos, cereais de pequeno-almoço, entre outros, sendo que Portugal não tem o hábito de fortificar alimentos.
Por: Ana Filipa Dias: Nutricionista do clube de saúde Kalorias Gaia, membro efetivo da Ordem dos Nutricionistas nº2594N.
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